o céu que me hás um dia prometido;
nem me move o inferno tão temido,
para deixar por isso de ofender-te.
Move-me tu, Senhor, move-me o ver-te
cravado nessa cruz e escarnecido;
move-me no teu corpo tão ferido
ver o suor de agonia que ele verte.
Move-me ao teu amor de tal maneira,
que a não haver o céu eu te amara
e a não haver o inferno te temera.
Nada tens a me dar porque te queira
pois se o que ouso esperar não esperara,
o mesmo que quero te quisera.
(Poesia atribuída à Teresa D' Ávila, 1515-1582 e com tradução de Manuel Bandeira, 1886-1968)
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