O que é vertigem? Medo de cair? Mas porque temos vertigem num mirante cercado por uma balaustra sólida?
Vertigem não é o medo de cair, é outra coisa.
É a voz do vazio debaixo de nós, que nos atrae e nos envolve, é o desejo da queda do qual nos defendemos aterrorizados.

Milan Kundera

Somente no amor gostamos de ver alguém mais feliz do que nós mesmos...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Texto de um amigo da escola ... esquisito como eu!

As vozes da ficção estão entre nós? O mundo sofre uma esquizofrenia coletiva, e segue à deriva? Somos a imagem se semelhança da obra de... Munch? Na esperança de que? Nas engrenagens de quem? A voz do mundo sussurra uma história triste, violenta, atraente.. quem a ouve? Quem a ouve, então? Eles se engolem, se desesperam, atravessam... Usam suas drogas, seus venenos, seus remédios... Nós somos loucos? Sentados na calçada, as mãos sobre os ouvidos, coração disparado... Coração... Disparado... A fumaça nas narinas... As paredes da vizinha... De cima, do lado, do outro lado... Embaixo... Embaixo? Eles subsidiam, te enfiam: concreto, espaço, juros aos tubos... Embaixo? Esquizofrenia coletiva, seguimos à deriva, respirando fumaça suja, engolindo água podre, política estúpida... Alienação coletiva para toda a família, e grátis! Só compre nosso sabão, o domingão, brasileirão e a salvação... Alienação coletiva e grátis para todos os gostos. Mulher bonita não paga e a tv é quem leva. O império contra ataca! Esquizofrenize-se!!!



Texto do Professor Roverson Rodrigues (... meu amigo escreve muito, néh)
"Os cães são o nosso elo com o Paraíso. Eles não conhecem a maldade, a inveja ou o descontentamento. Sentar-se com um cão ao pé de uma colina numa linda tarde, é voltar ao Éden onde ficar sem fazer nada não era tédio, era paz."

Milan Kundera

Pra mim ... e pra mais ninguém!

"Somente o fim de uma época permite enunciar o que a fez viver, como se ela tivesse que morrer para tornar-se um livro"

Encontrei esta comichão de frase no início do capítulo primeiro do livro "A Invenção do Cotidiano - A Arte de Fazer", de Michel Certeau. Queria muito ler os livros que devia ter lido no curso de História, e acho que esta frase me pegou por pura teimosia, ou porque na verdade minhas aulas de História sejam fracas, e inoperantes, e as de Filosofia, neste momento, sejam extremadas como eu e me permitam discutir essa tal "arte de fazer" e assim de resistir à grande maioria que segue o fluxo do "iguais, mas separados" tão comum pras pessoas!
Pensando nesta frase, vejo que a questão é que pra mim nada nunca foi assim. Nunca pensei que algo, alguém ou tempo tivesse que morrer pra que eu pudesse senti-lo ou torná-lo essencial e importante pra mim, mas, com as últimas e talvez pela minha ingenuidade, até merecidas pauladas da vida, vejo que sou eu mesma que ando com uma "camisa de vento ao contrário do esqueleto" como na poesia de Natália Correia.
Sou eu quem rema contra a maré porque valorizo as coisas, momentos e pessoas ... e sempre! Porquê? ... porque sou estúpida!
Foi muito rápido mas hoje num momento triste, que esta merda de vida desumana me fez passar novamente, cometi o erro de me virar ... e ver!
 ... me virei e vi num momento muito rápido o desprezo de uns olhos que minha lealdade nunca mereceu! Não mereceu e continua não merecendo, mas não posso desejar que os outros não amarrem laços ou acumulem restos que levam a gente pra trás, e não pro dia, momento, hora urgente seguinte, e que sejam capazes de entender como eu as curvas dos caminhos da vida!
Agora pouco vi, que os outros se protegem e que eu estou e sempre estarei sozinha! Falei ou até mesmo escrevi ao vento durante esse tempo todo, e as palavras que são postas no vento se perdem muito rápido, e nunca conseguem encontrar uma alma capaz de as juntar! ... de as entender!
A Bethânia canta que o "tempo é o senhor do destino", e à poucos dias alguém me falou algo bem parecido! Me disseram que o tempo mostra quem somos, ou o que somos, de onde viemos e pra onde vamos!
... e pra isso o tempo mostra também quem são os outros, ou o que somos pra eles! ... no meu caso ... nada! É tão simples julgar e condenar alguém por acharmos que estamos acima deles, e imunes, não é mesmo?
Sou humana demais pra isso, e nunca estarei acima de nada ou de ninguém! Não consigo desprezar as pessoas talvez porque saiba no fundo da alma o quanto é triste ser desprezada!
Ninguém entende e nunca entenderá que esta vida é apenas uma ínfima parte da nossa existência, se seguirmos apenas algumas das muitas e seculares teorias religiosas mais racionalizadas!
 ... e que amanhã é sempre tarde demais!
Nem sei porque escrevi isso, pois não tenho ninguém que entenda a minha agonia! Na verdade, como escreveu Mario Quintana "quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação"
... e eu perdoo o mundo, a vida, os falsos, hipócritas e maldosos, e perdoo até mesmo aquele que os outros chamam de Deus, e que quer me convencer que olha por mim nas suas palavras alegóricas, por desprezar todos os meus esforços, toda a minha dedicação, todo o meu percurso, toda a minha lealdade, afeição, luta e dignidade por onde andei!