Já Bocage não sou!... À cova escura
Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.
Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa!... Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse, pura!
Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui... A santidade
Manchei!... Oh! Se me creste, gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!
O que é vertigem? Medo de cair? Mas porque temos vertigem num mirante cercado por uma balaustra sólida?Vertigem não é o medo de cair, é outra coisa.É a voz do vazio debaixo de nós, que nos atrae e nos envolve, é o desejo da queda do qual nos defendemos aterrorizados.
Milan Kundera
Somente no amor gostamos de ver alguém mais feliz do que nós mesmos...
sábado, 5 de novembro de 2011
Já Bocage não sou! - Bocage
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