“Eva e Maria constituem os dois polos da beleza feminina na Idade Média. A oposição exprime a tensão que existe no próprio coração da imagem da mulher. De um lado, existe Eva, a tentadora e, mais particularmente, a pecadora, que provém de uma leitura sexuada do pecado original. (...) Diante de Eva, Maria aparece como a redentora. É a beleza sagrada diante da beleza profana. E a beleza feminina é feita do encontro dessas duas belezas. Mas, se o corpo de Maria não é objeto de admiração, seu rosto, sim. E é o duplo rosto da mulher Eva e da mulher Maria que produz essa promoção do rosto feminino, que se impõe sobretudo a partir do fim da Idade Média, a partir do século XIII, com o gótico.”
(LE GOFF, Jacques; TRUONG, Nicolas. Uma história do corpo na Idade Média. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 142-143.)
(LE GOFF, Jacques; TRUONG, Nicolas. Uma história do corpo na Idade Média. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 142-143.)
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